1 de junho de 2010
Por onde andei?
- Uma escolha
- Um cruzeirense
- Um doce
- Um amor
- Um beijo
- Um axé
- Uma cachoeira
- Um filme
- Um jantar
- Uma vela
- Uma foto
- Uma lua
- Um vinho
- Um escapulário
- Um aroma de morango
- Um perfume
- Um apartamento
- Um convite
- Um aumento
- Um almoço
- Uma viagem
- Uma champagne
- Um soco
- Um jogo
- Um sorriso
- Um jardim
- Um cheiro
- Um cigarro
- Um presente
- Uma camisa
- Uma festa
- Um urso
- Um choro
- Uma balada
- Uma saudade
- Uma flor
- Um apelo
- Um plano
- Um pedido
- Uma vida
- Um sonho
- Um arrepio
- Um cravo
- Um cachorro
- Uma criança
- Um amigo
- Uma criança
- Um amigo
- Uma música
- Uma atitude
- Um comportamento
- Um coração
- Um suspiro
- Uma aritmia
- Um drink
- Um tremor
- Um medo
- Uma briga
- Uma confiança
- Um telefonema
- Uma mensagem
- Um parabéns
- Uma dor
- Uma mentira
- Uma verdade
- Uma tempestade
- Uma bonanza
- Uma tentativa
- Um cartão
- Um colo
- Uma massagem
- Um depoimento
- Uma carência
- Um dengo
- Uma manha
- Um chocolate
- Um sentimento
- Uma felicidade
- Uma sinceridade
- Um eu te amo
- Um adeus
- Uma outra escolha
Desculpa.
Sou só mais um romântico.
Dei tudo de mim. Eis o pior e o melhor.
Fui feliz, errei, amei, sorri, vivi e morri.
Fui verdadeiro e intenso. Eis a minha essência.
Fui burro por deixar você partir
Fraco por não ir onde estava
Forte por conseguir segurar as lágrimas
Bobo por procurar frases feitas
Amante, por te sentir vivo dentro de mim, desde aquele dia, naquele exato canto.
Foi melhor do que eu imaginava
- Uma entrega
- Uma lembrança
11 de maio de 2010
Sentimento do Mundo
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço,
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desafiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microscopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer.
Esse amanhecer
mais noite que a noite.
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço,
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desafiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microscopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer.
Esse amanhecer
mais noite que a noite.
(Carlos Drummond de Andrade)
5 de maio de 2010
Manifesto do Desespero ou do Desabafo
Aqui estou. Sem vida. Com amor.
Já não consigo mentir/omitir que estou aqui estando lá.
De que matéria é feita a carne?
Por que uma pessoa não pode ser feliz, sendo o que é. (?) Sendo o que escolhe. (?) Sendo o que quer. (?) E sendo ser humano. (?)
Ser o sentido, o sentimento, o contentamento, a satisfação.
Pra que a humilhação, a gozação, a violentação?
O apocalispe. A abominação.
Amo e escondo. Amo e sufoco. Amo e me calo.
Te amo e posso te dizer.
Amo e escondo. Amo e sufoco. Amo e me calo.
Desesperado já não consigo desabafar com meu eu.
Vivo entre aspas. E só posso contar segredos à minha imagem refletida.
Escreve o que vês, num livro, e envia-o às sete igrejas. (Apocalispe 1, 11)
Perdi tantas coisas que creio não poder mais encontrá-las.
Perdi o sopro, o desejo do retorno... e o que me pertence já morreu.
O vento de Deus não cobre mais o abismo.
Estou só, mas vejo as cores dos tempos de antes: o dia está quase acabando.
Amo e escondo. Amo e sufoco. Amo e me calo.
Assim sou. Assim serei.
Antes de abandonar a vida, procuro entender por que descontentar-se.
Por que devir.
Por que?
Por
Eu já escolhi.
13 de abril de 2010
12 de abril de 2010
9 de abril de 2010
.despertar.
Na primeira noite, eles se aproximam
E colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
E colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam o nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra
sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Maiakovski
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