27 de fevereiro de 2009


ELA

Ela sabe como me fazer feliz.
Como me tirar um sorriso e como me fazer chorar.
Ela sabe quando estou triste.
A única que sabe dos meus sonhos.
Vontades e anseios.
Ela é a única que eu tento poupar dos fracassos.
Mas de nada adianta, ela sempre está presente.
Aquela que está em meus pensamentos todos os dias
E em quase todas as horas.
Um brinde a ela.

"Por onde quer que eu vá, vou te levar pra sempre!"

(Não) Quero!

(Não) quero viver a mercê dos antigos amores, muito menos me ver se auto degenerando pela busca de novos.
(Não) quero viver calado, derrotado, extasiado.
(Não) quero ser triste demais e alegre de menos.
(Não) quero ter saudades daquele lado obscuro que já não me recordo.
(Não) quero me sentir esquecido e abandonado por tudo e por todos.
(Não) quero ou talvez sempre quis poder não querer.

Descoberta

Hoje eu descobri que não nasci pro amor.
Mas o que é o amor?
Algo que caminha por minhas entranhas, destruindo tudo o que vê pela frente, tentando desabilitar minhas pulsações e meus movimentos.
O que é o amor?
Dois corpos que nunca se encontram. Almas gêmeas que nunca aparecem.
O que é o amor?
Um pouco de felicidade misturado com a magia da tristeza e amargura.
Despedaçados.
Entrelaçados.
O que seria o amor?
Sentimento nobre que exalta, amolece, destóri, aguça, atiça...
O que é o amor?
O amor é...
[?]

26 de fevereiro de 2009

O[dor]

Odiava aquele cheiro
Mas ele lembrava o velho carro de meu pai
Os estofados semi-coloridos.
A cor de chumbo escuro desgastada.
A neblina sobre a casa e as correntezas do riacho.
Tudo com tanta vida.
Até o dia em que meu querido pai tornou-se viúvo.
Dali em diante, todas as coisas tinham cor de sépia.
Tudo se encontrava morto.
Ela tinha sido tão generosa... A vida é que não foi.
Os dias passaram a ter mais horas, os meses mais dias e os anos mais meses, chegando a parecer-me séculos.
Em meio a tanto desgaste, o que restava era aquele baú acinzentado, onde eu podia guardar minhas lembranças e recordações.
Lá estavam o sorriso não dado e o abraço desfeito.
Alguns trapos, umas pérolas e folhas secas de erva-cidreira.
Na verdade, o cheiro que poderia sentir era de camomila.
O cheiro dela.
Em um rápido e sutil fechar de olhos, poderia sentir sua presença, acariciando meus cabelos.
Ilusão.
Só o que eu poderia ter seu de verdadeiro era aquele retrato amarelado e aquela fita branca de cetim.
Não se esquecendo daquela grande ferida que agora estava por se cicatrizar.
Do dia em que meu pai me bateu.
O dia do seu adeus.

Amor de Carnaval

Meus amores
Meus tumores.
A confiança em toda minha andança.
Meus amores que se perdem
Meus amores que nem nascem
E já se esquivam.
Meus grandes tumores que se alastram por minhas veias, entupindo-as.
Meus tumores que são criados pela minha insana consciência.
Esta que agora está a escrever.
Amores que iludem.
Tumores que me saciam.
Arrepiam.
Meus pequenos amores que nem tem vontade de brotar em meu peito.
Jeito.
Cheiro.
Um sorriso roubado, e um beijo nem dado.
Uma apunhalada em minha artéria.
Agora já me torno matéria.
Usada. Desgastada. Ameaçada.
Aquela ilusão de sempre que ainda insiste em vir.
Mas agora, já é hora de partir.
Acabou-se o carnaval.

9 de fevereiro de 2009

D.C. - 07.02.09

Eu poderia sentir o gosto do seu beijo por toda a eternidade.
De um sabor agridoce.
De um jeito fugaz e ao mesmo tempo excitante.
Eu poderia estar com você por todo o tempo e apenas apreciar seu sorriso singelo e furtador.
Sentir seu cheiro... Como de um assassino que roubara minha alma naquela noite e tempos depois a abandonaste, tornando-se vilão.
Escuridão.
Solidão.
Nada mais resta.
Nada mais interessa, apenas a exorbitante vontade de estar ao seu lado.
Não sei por que escrevo, nem por que o sinto impregnado em minha pele...
Seu ruído retine dentro de mim. E caminha por cada parte do meu corpo.
Um ser vital.
Enigmático.
E agora, o que me resta, é saber o por que de tanta invocação.
De um azul sereno. E um amarelo invejável.
Estava lá e pode me olhar por um intante.
Restante.
Fica.
Não vá!
Já!