29 de novembro de 2009

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Vida bandida
Banida.
Obstruída.
Domingo de manhã
Lembrando da macarronada de sempre e os potes de sorvete.
Ai que saudades da aurora da minha vida!

23 de novembro de 2009

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Os raios que chegam até mim, logo avisam:
- Fim da estação.
Narciso anda por aqueles lugares que não quer sair. Permanece e entristece. Pensa em alguém e caminha. Se diverte, se desajusta.
Desconfigura.
As lembranças vão surgindo. Ele acredita.
Nasce o verão.
Ilusão achar que tudo lhe cairá bem.
Narciso um dia morre.
Hoje, ele sentou-se e chorou.

"Não chores mais... Meu bem!"

NARCISO

"...passava o resto do dia representando com obediência o papel de ser!"


Narciso é a intersecção entre o caos e o cosmo.

É a minha história. E é a história de Amanda, Rodrigo, Marília, Rafael, Mirian, Higgor, Bárbara, Leandro, Nair e de tantas Marias.
A história de esquecimento, de pensamentos, do querer, de sofrimento, choro... de amores, sexos, desejos, de sonhos, de lembranças e de saudades.
Narciso não é gente, não é matéria. Não é sentimentos, não é reflexo. É vida.
Narciso tem cor de gelo derretido e fogo que abrasa.
Tem cheiro de ousadia, de frutas vermelhas, de amadeirado e de maracujá. Erva-doce.
É o ponto de encontro entre a calma eo agito, entre a paz e a violência, o amor e o ódio, a seriedade e o distúrbio, frio-calor, alegria-dor, sangue-suor, transição, evasão, construção, destruição, fixação.
A história de Narciso é a história sem começo, muito menos fim.
Uma história de desapego, de solidão, de amizade e intensidade.


Primavera/2009

Um gosto de sempre querer mais

Depois de ver rostos, de ver afetos,
Eu sinto gostos.
Gosto de lágrima, gosto de saudade...
Se dissolve no meu paladar como areia no mar.
Tantas coisas com cheiro de lembranças, permeiam todo o meu corpo, me fazem querer voltar, partir.
Ah, essa garganta engasgada com palavras nunca ditas.
Eu me divirto. Meus pés parecem não querer parar.
Mas depois eu me ignoro, me detesto, justamente pelos sentimentos que sinto.
Saudade que dói. Saudade que constrói.
Depois que parti nunca mais fui o mesmo.
E só me lembro disso...
O que eu era já não se encontra criptografado em minha caixa de memórias.

Verão/2009